Em maio de 2019 participamos do curso Equilíbrio de Bases de Albrecht e Técnicas Avançadas de Agroecologia sob a instrução do Prof. Me. Hélcio de Abreu Junior. Este curso que foi destinado às equipes técnicas das executoras do Programa Conexão Mata Atlântica possibilitou a reconstrução do nosso conhecimento quanto ao funcionamento do sistema solo/seres vivos.
O intuito do curso foi a capacitação das equipes que estão atuando diretamente em um dos componentes do Conexão Mata Atlântica que inclui ferramentas como PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), Certificação e Cadeia de Valor Sustentável.
Fundamentalmente o equilíbrio do ambiente com as reais necessidades vegetais é, além de altamente produtivo, uma importante forma de prevenção contra doenças e pragas. O conceito baseado em algo relativamente simples de entender, a teoria da trofobiose de Francis Chaboussou que consiste no fato de que a planta ou parte da planta cultivada só será atacada por insetos, ácaros, nematóides, fungos e bactérias quando houver na seiva, exatamente o alimento que eles precisam.
Este alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, açúcares redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis, pois os insetos e fungos possuem poucas enzimas que apenas conseguem digerir substâncias simples presentes na seiva da planta.
Como apresentado pelo Prof. Hélcio, a melhoria da fertilidade do solo e o controle das pragas, doenças e ervas invasoras não são feitos com produtos como, por exemplo, um fertilizante NPK ou agrotóxicos, mas sim por um processo onde os conceitos de trofobiose e equilíbrio são aplicados racionalmente e de maneira conjunta.
Neste sentido, os profissionais da agricultura e, por que não, da silvicultura passam a ter um papel fundamental na orientação do controle de pragas e doenças que vai além do fornecimento de receituários com formulações comerciais.
A pergunta do que seria um solo equilibrado foi estudada por William Albrecht ainda na década de 50. Estudando matéria orgânica e a resposta das plantas ao seu acréscimo ao solo, Albrecht estabeleceu que a resposta estava nas proporções dos nutrientes e não no conteúdo total destes no solo.
Conforme demonstrado pelo Prof. Hélcio, a aplicação destes conceitos e proporções não tem limites e os resultados são no mínimo surpreendentes, mais econômicos e sustentáveis. Além de produzir alimentos mais saudáveis ricos em nutrientes essenciais e de maior valor biológico. Este é o principal objetivo do produtor de alimentos orgânicos ou em processo de transição para se tornar um produtor orgânico (apresentaremos aqui em nossa página, em breve, um texto sobre a certificação de Transição Agroecológica – certificado muito interessante para os produtores rurais do estado de São Paulo).
Outro aspecto que deve ser considerado é que a produção orgânica não é exclusiva para pequenas áreas. O curso também quebrou este paradigma pois demonstrou que a aplicação destes conceitos é viável para qualquer tamanho e complexidade produtiva.
Durante o curso, o professor Hélcio demonstrou como calcular as necessidades de adubação utilizando-se de métodos não convencionais aplicáveis à agroecologia e outros métodos já muito consolidados na produção orgânica. Além destes, também apresentou métodos de prevenção e combate de pragas tanto para o cultivo como para a criação animal.
Esta foi uma grande oportunidade para obtenção de novos conhecimentos no assunto passados com grande maestria e didática pelo professor. Queremos agora compartilhar estes conhecimentos com nossos clientes.
Nos procure que estaremos dispostos a lhe oferecer assessoria específica para seu problema.
Nossa equipe é formada por especialistas nas diferentes áreas e certamente poderemos pensar juntos em uma solução ideal para sua questão.
Por Júlio Chagas Pelegrineli